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O que é o Acordo de Paris e por que os EUA decidiram abandoná-lo?

  • Foto do escritor: Eduardo Gomes
    Eduardo Gomes
  • 21 de jan.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 22 de jan.

Presidente Donald Trump assinou a retirada do país em seu primeiro dia de mandato!


O que foi o Acordo de Paris e por que os EUA decidiram sair dele?


O Acordo de Paris, assinado em 2015 durante uma cúpula climática das Nações Unidas, reuniu mais de 190 países em um esforço histórico para limitar o aquecimento global. O objetivo principal era manter o aumento da temperatura abaixo de dois graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais, com uma meta ideal de 1,5 graus. Essa meta mais ambiciosa foi sugerida por cientistas devido aos impactos devastadores previstos se o planeta ultrapassar esse limiar. Contudo, o tratado permitia que cada nação definisse suas próprias metas de redução de emissões e as estratégias para alcançá-las, sem imposições legais vinculantes. Apesar de seu caráter não obrigatório, o acordo simbolizou um marco no combate às mudanças climáticas.


Trump mostrando a assinatura de um documento.
Trump mostrando a assinatura de um documento.

Os Estados Unidos tiveram um papel de destaque nas negociações do Acordo de Paris, mas sua participação foi marcada por altos e baixos. Durante o governo Obama, o país assumiu compromissos significativos para reduzir a poluição climática. No entanto, em 2017, o presidente Donald Trump anunciou sua intenção de retirar os EUA do tratado, citando preocupações econômicas e alegando que o acordo prejudicava a indústria americana. A saída oficial ocorreu em 4 de novembro de 2020, um dia após as eleições presidenciais. Quando Joe Biden assumiu a presidência em 2021, ele rapidamente anunciou o retorno dos EUA ao Acordo de Paris, reafirmando o compromisso do país com a luta contra as mudanças climáticas.


Contudo, a história mudou novamente com o retorno de Trump ao poder em 2025. Em seu primeiro dia do segundo mandato, ele ordenou mais uma vez a retirada dos EUA do acordo, priorizando a expansão da produção de combustíveis fósseis no país. Essa decisão gerou preocupação internacional, especialmente diante do avanço acelerado das mudanças climáticas e das crescentes evidências de que o planeta ultrapassou o limite de 1,5 graus de aquecimento em 2024.


A importância do Acordo de Paris no contexto atual


Desde sua adoção, cientistas e especialistas têm alertado sobre os riscos de um aquecimento superior a 1,5 graus. Esse aumento pode comprometer severamente a capacidade da natureza e das sociedades humanas de se adaptarem às mudanças climáticas, além de aumentar os custos associados a desastres naturais como secas, tempestades e incêndios florestais. Apesar de suas limitações, o Acordo de Paris continua sendo um importante guia para ações climáticas globais.


Em 2024, o governo Biden apresentou uma meta ambiciosa de reduzir em 66% as emissões de poluentes nos Estados Unidos até 2035, em relação aos níveis de 2005. Embora fosse vista como uma meta arrojada, sua viabilidade foi questionada diante das políticas menos favoráveis ao clima que poderiam surgir em um novo governo Trump. Kate Larsen, especialista em políticas climáticas, destacou que o país estava longe de atingir tal meta e que a trajetória poderia piorar sob uma administração menos comprometida com questões ambientais.


O futuro dos Estados Unidos no Acordo de Paris


Embora os Estados Unidos possam tecnicamente retornar ao tratado, a complexidade política interna e as estratégias internacionais tornam esse caminho incerto. O "Projeto 2025", elaborado pela Heritage Foundation, recomendou uma saída ainda mais abrangente de acordos climáticos internacionais, dificultando a reintegração do país em futuras negociações. Apesar disso, a ONU continua mantendo a porta aberta para o retorno dos EUA, enfatizando que o engajamento construtivo de todas as nações é crucial para enfrentar os desafios globais.


Enquanto isso, a transição para energias limpas ganha força ao redor do mundo, movimentando trilhões de dólares em investimentos. A resistência a essa transição pode significar perda de competitividade econômica para os países que não adotarem soluções sustentáveis. Assim, o futuro do Acordo de Paris e do combate global às mudanças climáticas continua em balanço, dependente da vontade política e da colaboração entre as nações.

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